Em meio ao corrente processo de sucateamento das Universidades públicas estaduais e de seus serviços ofertados à comunidade interna e externa, o Diretório Acadêmico XVI de Agosto da Unesp/Assis em conjunto com o grupo de estágio Educação da Infância e Psicologia Histórico-cultural: Problematização e Intervenção, convida a todos e todas para debatermos as perspectivas futuras de manutenção do trabalho desenvolvido nos Centros de Convivência Infantil (CCIs) da Unesp.
Os CCIs são espaços de atendimento educacional e cuidado de crianças dependentes de servidores técnico-administrativos, docentes e discentes da Universidade, sendo que para este último segmento estão reservadas apenas 15% das vagas ofertadas. É fundamental a compreensão deste serviço como parte das políticas de permanência estudantil, uma vez que garantem as mães trabalhadoras o direito de acesso à educação infantil para seus filhos e filhas dentro do campus.
Ao longo do tempo, tem se efetivado um descompromisso da gestão da universidade com o CCI, pois por não estar entre as atividades fins da instituição, é alvo fácil de corte de gastos. Em 2016, a idade limite para permanência da criança no CCI diminuiu de 5 anos e 11 meses para 3 anos e 11 meses; este foi um dos primeiros indícios desta política de desmonte dos serviços públicos que avança no cenário político-econômico atual neste recorte.
Agora, sob a premissa de diminuição da procura dos CCIs, a reforma administrativa da Unesp prevê que “permanecendo os Centro de Convivência Infantil mesmo com redução de demanda, as funções de Agente de Desenvolvimento Infantil poderão, após estudo e aprovação, ser transformadas em funções de mesmo nível com atribuições compatíveis, por opção individual e a critério da administração”, declarando tanto a diminuição da qualidade do trabalho quanto sua possível extinção. Para além disso, é recorrente que em debates sobre a crise “financeira” da universidade sejam apresentadas como propostas a substituição destes serviços pelo auxílio criança, sendo que este auxílio contempla, em partes, apenas servidores e docentes cujos dependentes estejam obrigatoriamente matriculados em escolas particulares, excluindo as alunas mães e alunos pais universitários que dependem do CCI para dar andamento a seus estudos.
Desta maneira, é fundamental que façamos um amplo debate sobre os ataques a estes serviços tendo em vista articular estratégias que garantam sua permanência, bem como a ampliação de vagas para estudantes.
Convidadas:
Aline de Almeida Carneiro – Agente de Desenvolvimento Infantil do CCI da Unesp de Marília, participou do Grupo de Trabalho (GT) “Estudo sobre o Centro de Convivência Infantil da Unesp” que em 2016 tentou barrar a diminuição de idade para permanência nos CCIs.
Eliana Aparecida Batista – Coordenadora do CCI da Unesp de Assis e membra da Comissão Técnica CCI.
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