A clínica psiquiátrica contemporânea tem se constituído como prática e discurso dominante de cuidado no campo da saúde mental. Entretanto, enquanto herdeira do discurso médico, tem enfrentado impasses ao adotar uma posição epistemológica positivista que reduz o sujeito que sofre a um corpo biológico e disfuncional.
A desconsideração do contexto histórico, familiar, cultural e subjetivo do sujeito no entendimento dos problemas psicopatológicos tem tido consequências nefastas, tanto para os pacientes quanto para os médicos. Os primeiros experimentam frequentemente o agravamento e a cronificação do mal-estar e do sofrimento, enquanto os segundos são reduzidos a distribuidores de exames e medicamentos.
Os debates se propõem a investigar e refletir sobre como a psicanálise, a partir de Freud e Lacan, pode ajudar a repensar a clínica psiquiátrica e médica, ao considerar a dimensão subjetiva e singular do sujeito que sofre e que habita um corpo que não pode ser reduzido à sua dimensão biológica.
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