Nas últimas décadas, o debate envolvendo as problemáticas relacionadas às populações antigamente escravizadas nas Américas francesas e especialmente em São Domingos-Haiti tem crescido consideravelmente na comunidade acadêmica brasileira. Muitos autores e pesquisadores, através de novas abordagens, têm dedicado pesquisas importantes, buscando trazer novas compreensões dos fatos e conhecimentos históricos relacionados à Revolução Haitiana de 1791-1804. Em 2021, mais de duzentos anos após a revolução que acabou com a escravidão, desafiando as tropas napoleônicas, a França recorda duzentos anos da morte de Napoleão Bonaparte que restabeleceu a escravidão, por meio do decreto de 20 maio de 1802. 2021 é também o ano em que se comemorou vinte anos da Lei Taubira, - texto da legislação francesa que reconhece a escravidão como crime contra a Humanidade -, simultaneamente, com essas comemorações, a atual prefeita de Paris, Anne Hidalgo, inaugurou no dia 10 de maio (data de comemoração do dia nacional da memória do tráfico e da escravidão), um jardim em homenagem ao “Napoleão negro” Toussaint Louverture nomeando-o de “Général Français”. Um acontecimento que vem alimentando controversos dentro da literatura histórica sobre o colonialismo francês e o papel desempenhado pelo Napoleão para restabelecer a escravidão. Neste contexto, propomos através deste evento, reunir pesquisadores para contribuir com o debate acerca do colonialismo francês em São Domingos. |