Ao adentrar o labirinto do Palácio de Cnossos com o objetivo de matar o Minotauro, o herói mitológico Teseu muniu-se de um novelo de linha, carinhosamente oferecido por Ariadne. O item mostrou-se essencial, uma vez que ele pôde fazer todo o percurso, cumprir sua tarefa e retornar ao ponto de partida a salvo. O trabalho do historiador, tomadas as devidas proporções, guarda algumas sutis semelhanças com a missão de Teseu, uma vez que ao tentar reconstruir o passado, é necessário atentar-se a como não nos perdermos neste labirinto, ou seja, na análise dos documentos de uma época distante da nossa, cuja natureza é polifônica. Logo, nos munimos de novelos de linha, ou seja, método científico e pensamento crítico. Nestes nossos tempos em que determinados grupos colocam sob suspeição o rigor científico e acadêmico, avivando memórias pessoais e coletivas que negam fatos ou mesmo dão respostas pouco ou nada confiáveis aos complexos dilemas de nosso tempo, é necessário refletir sobre o papel da História e da memória a partir deste contexto. É justamente este o mote do II Colóquio de História “Labirintos da memória - lembrança, esquecimento e História”, que se propõe a discutir o papel da memória em relação ao fazer historiográfico e os seus usos e abusos no cotidiano e também no que diz respeito às suas dimensões políticas, especialmente no que tange os acervos. O evento é promovido pelo corpo discente da Graduação e Pós-graduação em História da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp/Assis e acontecerá gratuitamente na modalidade on-line. Convidam-se, para o debate democrático, com a intenção de construir conhecimento científico, a comunidade acadêmica, professores da educação básica e demais interessados neste tema. |